A peça é de 2008 publicada na Revista do Globo e da Veja que,traz uma sandália Havaianas e um pé,enrolado em fitinhas da sorte que trazem o poema.
Cada uma das páginas tem um pé e uma sandália e o poema que começa no pé direito na primeira página termina no pé esquerdo,na seqüência.
Eu achei bem diferente e gostei das cores bem marcantes.
"Poeminha só de Havaianas"
Que pedir a um novo ano
Fama, grana, remissão?
Pra quê, há coisas mais bacanas
Quero sossego e Havaianas
Como eu seria simples
Espicharia o casco ao sol
Divagaria bobagens tamanhas
Pé no chão, só as Havaianas
Não teria mais porto
Atracaria em areias distantes
Potiguares, gaúchas, baianas
Como viajariam minhas Havaianas
Aproveitaria cada minuto
Boiaria, mergulharia
Até me agarraria a barbatanas
Pra depois adormecer de Havaianas
Até me dissolver na espuma
Curtir o cabelo na água e sal
Pente algum desfazeria as tramas
Se eu vivesse só de Havaianas
Mandaria o chefe às favas
Viveria de brisa fresca
Sobreviveria à base de bananas
Meu reino por um pé de Havaianas
Fingiria que eu era outro
Um poeta que endoideceu
Escreveria rimas parnasianas
Na areia em volta das Havaianas
E de noite, não faltasse um carinho
Um colo com tudo de bom
Namoraria luizas, cláudias, anas
Um pé que também usasse Havaianas
Se não encontrasse, paciência
Eu me entregaria a prazeres fugazes
Daria as festas mais insanas
Todos, a rigor, só de Havaianas
Dê-me sol, dê-me areia
Caipirinha, ostra e caju
Lua detrás das montanhas
Só não me faltem as Havaianas
Eis o que eu pediria
Ao ano, se ele me ouvisse
Duas mil e oito coisas bacanas
E um só par de Havaianas
Se o mundo acabar, quem garante?
Seríamos homens realizados
Uma legião de anjos à paisana
Só de asas e Havaianas.
Gabriela Bernardes RA: 9207603640
quarta-feira, 17 de março de 2010
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